quarta-feira, 22 de julho de 2009

Pulsando.

Esta calma é o tormento.
Este vento: calmaria.
Implícito em meu hábito, seus hábitos, suas manias.
Já me acostumei aos seus horários, seu jeito de ser, estou adaptado ao seu tudo e tiraria de letra caso soubesse em que lugar do mundo você está: o meu lugar.
No entanto, só sei que você existe e te procuro em todos os rostos femininos que avisto.
Invento nomes para você, me imagino em cidades que nunca visitei porque eu sei, só pode ser você.
Eu sinto, te sinto, me sinto ausente.
Conheço o som dos seus passos, são como meus passos, outros passos.
Respiro sua respiração e conto minhas próprias distancias em sua busca.
Me persigo pelas ruas, me preservo, me espero chegar em casa mas é em vão: não me encontro, não sei onde me escondi.
Desconheço este eu sem outro.
Tudo é feito de brancas páginas e sonhos.
Vivo a vida me alimentando do que ainda não vivi.
Transpiro ansiedade e agonia.
Saudade do futuro.
Seu futuro, quando será meu agora?
Como queria poder te mostrar agora o amor que tenho guardado para você, dizer o quanto te amo mesmo sem nunca ter te visto.
Abrir para você a primeira página de nossa história, um livro, o romance de nossas vidas.
Te encher e me encher de sorrisos.
Porém, o presente ainda é uma distancia silenciosa que desespera e enlouquece e eu não posso fazer nada além de continuar a te procurar.
Sinto, sento, espero reticente o momento em que este presente seja passado e ao teu lado o esqueça.


(Fernando Albuquerque)

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