terça-feira, 20 de maio de 2008

é morena.

Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros... Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã, enquanto visto a máscara de "olhem como sou valente e forte"... Quero ser a criança que pode chorar livremente até que me ponham no colo, restabelecendo assim, o equilíbrio que necessito para dormir em paz. Quero me aventurar na busca dos sonhos, sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo, ou coloridos com as cores do impossível... e quero poder brincar com meus sonhos como se fossem massinha de modelar ilusões... lambuzar neles meus dedos, até decidir quando precisam se desfazer... Quero ter companheirismo também nas horas em que tudo parece ter se perdido, e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja silêncio e carinho. Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, porque ela é minha, real e única, e que como tal seja aceita e compreendida... mesmo que eu ainda não saiba lidar com ela... E quero poder dizer: "-Está doendo sim!" Sem assustar ninguém, causando uma revolução tão grande que meu mundo pareça ainda mais desabitado. Seria possível? Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo, eu sei. Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei de ressurgir mais forte... Porque sou noventa e nove por cento matéria que dificilmente se desintegra. Então, por favor, por um momento apenas, neste meu pequeno momento humano, neste "por cento" de fragilidade, quero ser igual a todo mundo e chorar...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

há 17 anos atrás...


A partir de agora e pra sempre, quero que cada dia dos anos que virão eu tenha o espaço do meu peito preenchido com tudo o que eu preciso, e que cada dia valha a pena. Que eu aproveite todos os momentos felizes até a última gota e guarde-os com carinho, para relembrá-los sempre que eu puder. Que eu saiba aproveitar sim minha dor, sofrer tudo o que tiver no momento e não ter pressa para que ela acabe rápido, pra que mais pra frente ela não volte a tona, quero aproveitar tudo o que ela me trouxer, todo o crescimento, mas que eu possa jogá-la fora depois, sem sentir que ainda falta um pedaço em mim. Que eu acredite na fé, e que eu tenha fé no que eu acreditar. Que eu mantenha minha personalidade sempre forte, não importa qual seja a situação. Que meus sentimentos sejam muito verdadeiros, e que eu aprenda com cada um deles. Que eu seja sempre eu mesma, mas que não seja a mesma para sempre. Que tudo, tudo mesmo o que acontecer, eu guarde no meu coração. Que cada dia seja melhor que ontem, e não tão bom quanto amanhã. Se não for assim, que seja, é só mais um dia mesmo.