terça-feira, 26 de maio de 2009

Anjo de quatro patas

"Ele estava inconsciente sobre uma maca no chão, tomando soro pela pata. Ajoelhei-me e passei os dedos por seu pêlo, do jeito que ele gostava. Passei a mão pelas suas costas. Ergui cada uma de suas orelhas doidinhas que haviam causado tantos problemas todos aqueles anos e que nos haviam custado o resgate de um rei - e senti seu peso sobre meus dedos. Abri seus lábios e observei seus dentes gastos. Peguei uma das patas dianteiras e a comprimi em minha mão. Então, encostei minha testa na dele e fiquei ali sentado por algum tempo, como se eu pudesse telegrafar uma mensagem através de nossos crânios, da minha mente para a dele. Queria que ele soubesse de algumas coisas.

- Sabe todas aquelas coisas que sempre falamos sobre você? - sussurrei. - Que você era um saco? Não acredite nisso. Não credite nem por um minuto, Marley.

Ele precisava saber disso e algo mais também. Havia algo que eu nunca lhe dissera, que nunca ninguém lhe disse. Queria que ele ouvisse antes de morrer.

- Marley - eu disse - você é o melhor cão do mundo."

(Marley e eu - John Grogan)


(...)

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